Nibiru
é um termo acadiano que significa “cruzamento” ou “ponto de
equilíbrio” e está relacionado a uma mitologia contemporânea,
baseada nos registros sumérios, que afirma existir um outro planeta
no sistema solar cuja translação teria hipoteticamente 3600 anos e
que havia sido povoado por uma raça superior à nossa. Segundo
especulações, não creditadas por cientistas e historiadores, este
novo planeta estaria aproximando-se da Terra e sua interferência
seria responsável pela sua destruição.
A
temática escatológica sempre esteve presente em inúmeras
mitologias de diferentes povos em distintos momentos históricos e o
seu propósito, em última instância, é a mudança radical da
perspectiva humana que, por estar essencialmente atrelada ao seu
contexto social, esquece de sua natureza cósmica. Nessa perspectiva,
a obra “Nibiru” - construída em um primeiro momento em papel e
depois editada em computador - faz referência a esse nebuloso mito,
na medida em que apresenta o planeta Terra – já desfigurado em
termos geológicos - em vias de receber o impacto dessa suposta força
planetária.
Entretanto,
ao contrário de uma proposição catastrófica, meu desenho – por
meio de imagens que simbolizam o ato de nutrição, como o seio no
joelho do Ser Antropomórfico, e a iluminação estelar em sua parte
superior esquerda – procura apontar para uma apreensão arquetípica
dessa simbologia, concebendo os processos destrutivos como padrões
naturais e cíclicos do Universo, cujo fim é sempre um Renascimento,
um Religar-se com a Natureza Divina que é a fonte primeira de toda a
manifestação.