março 2013


                Era uma vez uma Tartaruga que morava na Floresta.

               Quer dizer... Ela pensava que morava na Floresta, mas, na verdade mesmo, morava no próprio casco, na própria casca, na própria casa, na própria tumba! Na sua Inconsciência, achava que tudo tudo era Floresta.

              Um dia, quando a neve batia e o sol já havia dormido com a Mãe-Lua de costas, a tartaruguinha - que um dia nasceu sozinha num buraco profundo na frente da praia - resolveu voar!

            Ela não sabia que as asas eram necessárias, pois para ela - que havia sido criada por um lindo Pavão - bastava mergulhar no Ar.

              Levou um milênio para chegar até o topo do Montanha. Dois milênios para decidir se jogar.

            Hoje, há 5 cinco milênios, a Senhora Tartaruga ainda desce ao Hades, com seu próprio casco, sua própria casca, sua própria casa, sua própria tumba... com um lindo par de Asas etéreo que lhe sustenta o voo, que lhe faz cócegas quando roça nas nuvens, que lhe torna Divina e Colorida, que lhe empurra pro Mar.





Resultado de uma prática arteterapêutica de pintura a partir do conto "A bela adormecida", realizada na Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, no curso de Especialização em Arteterapia e Expressões Criativas.