outubro 2010











Nibiru é um termo acadiano que significa “cruzamento” ou “ponto de equilíbrio” e está relacionado a uma mitologia contemporânea, baseada nos registros sumérios, que afirma existir um outro planeta no sistema solar cuja translação teria hipoteticamente 3600 anos e que havia sido povoado por uma raça superior à nossa. Segundo especulações, não creditadas por cientistas e historiadores, este novo planeta estaria aproximando-se da Terra e sua interferência seria responsável pela sua destruição.
A temática escatológica sempre esteve presente em inúmeras mitologias de diferentes povos em distintos momentos históricos e o seu propósito, em última instância, é a mudança radical da perspectiva humana que, por estar essencialmente atrelada ao seu contexto social, esquece de sua natureza cósmica. Nessa perspectiva, a obra “Nibiru” - construída em um primeiro momento em papel e depois editada em computador - faz referência a esse nebuloso mito, na medida em que apresenta o planeta Terra – já desfigurado em termos geológicos - em vias de receber o impacto dessa suposta força planetária.
Entretanto, ao contrário de uma proposição catastrófica, meu desenho – por meio de imagens que simbolizam o ato de nutrição, como o seio no joelho do Ser Antropomórfico, e a iluminação estelar em sua parte superior esquerda – procura apontar para uma apreensão arquetípica dessa simbologia, concebendo os processos destrutivos como padrões naturais e cíclicos do Universo, cujo fim é sempre um Renascimento, um Religar-se com a Natureza Divina que é a fonte primeira de toda a manifestação.